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"A poesia não se entrega a quem a define"


Mário Quintana



sexta-feira, 16 de setembro de 2011

QUASE



No apartamento vazio,

o cheiro da brisa morna
ainda bate à porta.
Sutil convite ao delírio,
lembranças intensas
de um belo encantamento.
De tão presente aqui,
eu quase que te respiro,
de tão dentro de mim.
Você inteiro e cada pedaço
é quase o que me alimenta,
o que posso absorver.
Um pulsar ofegante
consome todo meu corpo, 
febril com a falta do seu.
Mas, você quase me tem,
mesmo que tão distante
e quase que completamente.
E quase me assusta
esse olhar que me procura
querendo se perder.


DANIELA BARBOSA

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