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"A poesia não se entrega a quem a define"


Mário Quintana



sexta-feira, 7 de junho de 2013

ESTIO


São tantos vícios e virtudes
em fartas pernas
cansadas da luta, da labuta.
Em palcos na rua e cenas externas
Plateia de colarinhos alvejados 
tingidos de rubro
do batom das putas.
Um beijo barato é o que nos paga
Um tapa sincero é o que nos afaga
nos rouba, nos mata
Estigmata
nos pulsos, nos pés
na cabeça.
A boca aberta deseja
No abate, o sangue lateja
dos poros, do ventre da presa
na ganância de amar.
De exorcizar a escória dos becos
onde um amor sujo se oferece 
de graça.
Subterfúgios da língua que roça
e não pode falar
não pode comer
mas estilhaça.

DANIELA LOPES - 07/06/13