em fartas pernas
cansadas da luta, da labuta.
Em palcos na rua e cenas externas
Plateia de colarinhos alvejados
tingidos de rubro
do batom das putas.
Um beijo barato é o que nos paga
Um tapa sincero é o que nos afaga
nos rouba, nos mata
Estigmata
nos pulsos, nos pés
na cabeça.
A boca aberta deseja
No abate, o sangue lateja
dos poros, do ventre da presa
na ganância de amar.
De exorcizar a escória dos becos
onde um amor sujo se oferece
de graça.
Subterfúgios da língua que roça
e não pode falar
não pode comer
mas estilhaça.
DANIELA LOPES - 07/06/13