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"A poesia não se entrega a quem a define"


Mário Quintana



quinta-feira, 31 de março de 2011

INACABADO


Nós dois, um café, nada mais
De tudo que poderia ser, caprichos de desencontros
Uma mesa e alguns papéis, pincéis e algum movimento
Um lençol para cobrir pudores, rimas, limpar a tinta e sufocar a vontade
Do toque que poderia ter ficado e se perdeu no vento
Das páginas nuas e inertes, apenas um abraço a preenchê-las
Nervosamente vazias de prosa, verso e sorriso
Inebriante e preciso, de copo a corpo
Deliciosa imperfeição, vício de bocas ansiosas
Bebendo poesia na fonte
Desejos esboçados a quatro mãos hesitantes
Rascunhos de um pseudoprazer quase sagrado
Quase profano 
Conversas inacabadas entre olhares famintos
Saboreados em doses quentes
De um amargante café 

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