Entre e fique à vontade...


"A poesia não se entrega a quem a define"


Mário Quintana



quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

MEU MUNDO


Quando passar por mim não esqueça de catar os cacos
Eles se espalham pelo caminho que se formou
Quando você disse que estava indo embora
E sequer se lembrou de me devolver as noites em claro
Que se esgueiravam entre um e outro olhar
Queimando meu estômago enquanto você sorria

Quando estiver indo olhe somente uma vez para trás
E torture cada pedaço de esperança que ainda me habita
Derrame o charme que irradia dos cantos de sua boca morna
Crave para sempre na minha memória o mel dos seus olhos
Que ainda sinto no céu de outono doce de suas pálpebras
Negligentes como a arritmia desvairada do meu coração

Quando se despedir prove que é para sempre
Que o calor não volta jamais e o rubor vai se desbotar
Metralhe meus ouvidos com palavras falsas
Deixe-me sufocar com os estilhaços de desencontros
Que vagueiam entre seu respeito e minha covardia
E se esvaem na ausência de nossas mãos

Não se esqueça de dedilhar seu desejo em minhas curvas
Pela última vez que minha pele morrer pela sua
Trate de escrever seu toque em todas as minhas linhas
De redesenhar todo meu ar em cores e sonhos
Para que ele não desapareça quando a noite chegar
E seu sorriso seja meu mundo quando eu não mais respirar

DANIELA BARBOSA - 01/02/11

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